“Porque apenas alguém morrerá por um justo; pois poderá ser que
pelo bom alguém ouse morrer”.
“Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo
morreu por nós, sendo nós ainda pecadores.” ROMANOS 7 a 8.
DECISÕES
Decidir é determinar, é escolher entre alternativas, é
resolver, é arbitrar. Com frequência envolve a escolha sobre o curso de
pensamento ou de ação que precisa ser modificado. Algumas decisões são fáceis e obvias, mas
outras são difíceis e complexas. Contribuem para a tomada de decisão as emoções,
a racionalização, o prazer e o temor. Algumas decisões fazem as pessoas se
enveredarem, por caminhos partidaristas, como quando Sartre resolveu tomar-se
marxista, ou quando Paulo resolveu entregar sua vida a Cristo. A complexidade
das emoções com frequência faz as decisões tomarem-se difíceis. - Certamente,
pode haver interesses conflitantes, tanto pessoais como no tocante àquelas
vidas que serão modificadas pelas decisões tomadas. Dois princípios deveriam
ocupar papel de destaque nas decisões importantes que fazemos: justiça e
amor. O homem resolve o que é certo, ou
desviar-se da justiça. A maioria das decisões desse tipo é suficientemente
clara porque a consciência mostra-se bastante ativa e exata. Dispomos das
normas das Escrituras, do Espirito e das experiências da vida. Rejeitamos as
decisões morais relativistas, ·baseadas no auto interesse. A moralidade jamais
poderá ser usada para servir ao próprio eu.
As decisões baseadas na lei altruísta do amor quase sempre
estio certas. De fato, o amor é melhor do que a simples justiça, pois o oposto
da injustiça não à justiça, mas o amor. A medida da misericórdia e da graça é
um fator que nos pode fazer ir além do necessário, no trato que damos ao
próximo. A medida de um homem, afinal de contas, é quão generoso ele é. O
evangelho ensina-nos que Cristo, em sua missão, realizou uma série inteira de
coisas e obteve muitos resultados benéficos para nós, que nem merecemos.
Deveríamos agir em favor do próximo conforme Cristo agiu para conosco. A algo
ainda· melhor do que ser meramente justo, isto é, ser generoso e bom (Romanos
5:7a 8). O pragmatismo ensina que aquilo
que funciona (obtém os resultados desejados) é bom e verdadeiro. Aquilo que é
prático, que nos dá aquilo que queremos, seria verdadeiro. Isso parece bom; mas
nem sempre corresponde à realidade dos fatos. Todos nós gostamos de ser
pragmáticos; mas as decisões que tomamos devem penetrar mais profundamente na
verdade do que isso. Os meios devem ser justos, e não somente os fins, a menos
que uma questão não ·moral esteja envolvida. O terrorismo, que defende uma
causa considerada justa, tem causado imensos sofrimentos e a morte de pessoas
inocentes. Sempre será errado infligir dor desnecessária, mesmo quando alguma
causa justa está envolvida. Os políticos manipulam e prejudicam outras pessoas,
.a fim de realizarem .aquilo que pensam ser bom para a sociedade. As pessoas
sofrem perseguições, torturas, aprisionamento ou mesmo a morte, por causa de
supostas boas obras, nas quais se envolvem os políticos; porém, ninguém precisa
ser altamente inteligente para perceber a farsa. Está em foco alguma decisão que alguém
precisa tomar com base nos requisitos do seu próprio ser. A algo que alguém
precisa fazer algo que precisa ser algo que precisa tentar. As ocasiões em que
alguém chega às raízes de sua própria existência ao tomar uma decisão. Talvez
esteja envolvida a escolha de uma educação formal, de uma profissão, do Cônjuge
a ser escolhido, dos projetos que tentar realizar, da área geográfica na qual
viver a fim de melhor desincumbir-se de suas tarefas. O destino de um homem
esta envolvido em decisões.
Assim o destino de um homem se tiver de ser devidamente
cumprido, envolve certas decisões chaves ao longo de sua vida. O destino requer
ou força certas decisões, dependendo delas para a sua concretização. Uma
decisão ligada ao destino pode ocorrer uma vez por ano, ou talvez, uma vez a
cada poucos anos. Essas decisões nunca são numerosas, mas fazem parte do
próprio destino da pessoa. Essas são as coisas que precisam ser feitas.
Naturalmente, algumas pessoas rejeitam essas decisões, mesmo quando elas
parecem obvias, e tomam outras decisões.
Assim desviando-se de seu destino, pelo menos quanto a esta
vida. Porém, todas as decisões erradas podem ser reparadas, devido à graça de
Deus; mas isso pode envolver muito tempo, sofrimento e revezes, até que a alma
aprenda a tomar decisões corretas interessando-se pelo uso apropriado dos dons
da vida. As decisões ligadas ao destino com frequência são-paralelas às
decisões existenciais.
Uma decisão
existencial é alguma atitude importante que o individuo precisa assumir, a fim
de ficar garantida a continuação do plano que governa a vida e a missão daquele
individuo.
Coisas que envolvem decisões dessa ordem são, para
exemplificar, a vereda religiosa que deve ser seguida, questões sobre a própria
educação, casamento, a escolha de uma profissão, mudanças de emprego,
localização da área de trabalho, projetos importantes na vida, etc. Essas
decisões mais importantes podem envolver decisões existenciais.
O termo subentende que aquilo que alguém decide afeta a sua
pr6pna existência, ou ser essencial, estabelecendo diferenças em sua expressão
na vida. Algumas vezes, grandes alterações não dependem de decisões
existenciais válidas.
Nestes casos aquilo que fica decidido envolve somente algo
temporário, de importância relativa, embora, no momento da decisão, a questão seja considerada
Importante; o homem bom usualmente reverte essas decisões, quando são consequentes,
em algum ponto ao longo de sua caminhada. Nos casos em que os homens se
envolvem em coisas que não concordam com a missão que lhes foi designada. As
decisões importantes, feitas quando a pessoa está fora da vontade de Deus, não
são verdadeiras decisões existenciais, porquanto não se originam nos requisitos
do verdadeiro ser espiritual do homem. As pessoas que se distanciaram da
verdadeira espiritualidade também não tomam decisões verdadeiramente
existenciais. E possível alguém desviar-se do reto caminho. A primeira decisão
existencial que essas pessoas precisam tomar é retomar A verdadeira
espiritualidade. Esse conceito repousa sobre o pressuposto de que Deus está
interessado na vida humana, e que ele tem um plano para a mesma. Em
consequência, há um desígnio que governa a vida; e certas decisões ajudam na
perpetuação desses desígnios.