terça-feira, 19 de agosto de 2014

“Antes que te formasse no ventre te conheci, e antes que saísses da madre, te santifiquei; às nações te dei por profeta.” Jeremias 1:5.
ABORTO
 O assunto é complexo e não admite qualquer solução simples, no terreno médico, social ou ético-religioso. Quanto a essa questão, os argumentos são numerosos e complexos, tanto favoráveis quanto contrários. Porém, apesar de não haver qualquer solução fácil, a teologia ética por certo pode sugerir-nos algumas diretrizes.  A vida é dom de Deus, e um feto tem vida. Os teólogos não têm podido chegar a um acordo sobre quando o espírito vem fazer-se presente em um feto. Alguns dizem que isso se sucede no momento da concepção. Se isso é verdade, então o aborto desfaz uma verdadeira personalidade humana, e, com a. única exceção da necessidade de se salvar a vida da mãe, é uma forma de homicídio. Porém, outros insistem que a porção imaterial do homem não entra no corpo senão por ocasião do nascimento, ou pouco antes ou depois do nascimento. Com frequência, essas ideias estão ligadas ao conceito da pré-existência da alma.  Se a alma ainda não está presente por ocasião do aborto, então o ato não destrói uma personalidade humana. Nesse caso, dificilmente poderíamos falar em assassinato de uma vida humana, através do aborto.
Quanto à questão do sofrimento. Mesmo que o aborto não envolva homicídio, envolve o sofrimento físico, pois estamos informados de que feto o pode sentir, e muito deve sofrer ante os métodos de aborto que são utilizados. Não há como duvidar que é errado provocar sofrimento, mesmo que isso não redunde em homicídio. Os indivíduos e as civilizações mais avançadas interessam-se pelo bem-estar não apenas das pessoas, mas também dos animais, e declaram-se contrários à provocação de sofrimento desnecessário.  A santidade da vida. O feto, mesmo que não seja humano enquanto a alma não lhe é dada, é uma forma de vida, e merece o nosso respeito, já que é o futuro veiculo da alma humana. Certamente deveria ser respeitado, pelo menos tanto quanto uma vida animal, que as pessoas boas e espirituais honram, procurando poupar dos sofrimentos.  Considerações bíblicas e teológicas indicam que a vida no ventre materno deve ser respeitada, como uma vida humana. Lucas 1:41 diz que o bebê saltou no ventre de Isabel por motivo de alegria, o que indica algo mais que uma vida animal.  Apesar do corpo não ser a pessoa essencial, deve ser respeitado como um maravilhoso instrumento, produto de desígnio, e, consequentemente, algo que não deve ser destruído caprichosamente.  Dificilmente se pode justificar uma mulher que mata o filho de suas entranhas por querer evitar o escândalo ou a carga financeira extra. Sua culpa, todavia, variaria dependendo da presença da alma ou não, a partir do momento da concepção.   
O mandamento bíblico que diz «Não matarás», e que proíbe especificamente o homicídio, mas que envolve o ódio e a malicia, usualmente de forma preconcebida(ver Mateus. 5:21-22), apesar de não haver sido baixado tendo em mira o aborto, até certo ponto pode ter aplicação ao caso, mesmo que a alma não se faça presente senão por ocasião do nascimento. Exceções. Os argumentos favoráveis ao aborto, nos casos de incesto ou estupro, ou quando a mãe do feto corre perigo de vida, parecem dar licença ao aborto, mesmo que a alma se faça presente no feto desde o instante da concepção. Resolver provocar um aborto, com base em uma dessas razões, envolve um grande problema pessoal, que cada mulher deve resolver individualmente. Penso que não podemos ter certeza sobre o que é correto em tais casos, e que devemos ser moderados no julgamento. O perdão dos pecados: Todos os pecados podem ser perdoados. O arrependimento e a fé são suficientes para tanto. Mas há castigo (a colheita) para os erros praticados, inteiramente à parte do perdão. Isso é algo que o individuo deve estar disposto a enfrentar, ao mesmo tempo em que prossegue em sua mudança de atitude, assim evitando futuros atos pecaminosos. Não somente é possível, mas também é nosso dever prosseguir para uma maior espiritualidade, após praticarmos algum ato maligno. Todas as pessoas envolvidas em casos de aborto, a mulher e algum homem que a tenha encorajado a isso, deveriam buscar uma mais elevada realização espiritual, a fim de contrabalançar o passado, além de evitarem a conduta similar no futuro.

O Estado psicológico: Somos informados de que o aborto origina sérias tensões psicológicas, mesmo em mulheres que não antecipavam qualquer reação negativa. Sem importar a razão, isso deveria servir de aviso de que o aborto, tal como muitos outros pecados, envolve pelo menos parte de sua própria punição.

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